segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Apreciação da Obra de Sófocles: “Édipo Rei”.

Tragédia é um componente da história humana, sejam individuais ou coletivas, de grande ou menor proporção. Se seus criadores os inventaram, logicamente assemelharam-se a realidade.
Uma mãe e um pai estéreis. Rainha e Rei de Tebas. Desejam um filho. Um ser sobrenatural entra em cena, o filho nasce: Édipo, predestinado a matar o pai e ser esposo da mãe. A intervenção humana, em decorrência da desgraça que viria, tenta intervir ao não cumprimento da referida profecia, o que, termina por conduzir-se ao próprio aniquilamento. Coisas de tragédia, que não se explica. Apenas indaga.
Édipo, pobre moço, herói que é não é vencedor, ainda nos braços de sua genitora ( Jocasta ) é abandonado para ser morto. Caminhos diferentes poderiam apontá-lo a outro desfecho, porém, Sófocles, com sábia maestria criadora, percorreu veredas sinuosas para que as personagens agissem e sofressem as conseqüências por tentarem controlar o poderoso destino.
A obra proporciona ao leitor suspenses constantes, sabendo que tudo se encaminha para a desgraça, porém, assim como serviu de suporte aos estudos da psicanálise de Freud, ao leitor comum também oferece um despertar às questões da desigualdade social, onde a base da pirâmide está fadada ao descaso, fome e sofrimentos diversos, como Édipo, inocentes. Seria esta tragédia menor a obra de Sófocles?
Não foi responsável Édipo pela sua anulação, mas, pagou alto preço. Os tragediólogos ao trato com os deuses mostravam-nos como condutores ruins ou anjos que ora guardavam, ora não guardavam.
Constitui aí paradoxos, onde seres humanos, independente da vontade, eram submetidos aos desejos extraterrenos. Mais uma vez observa-se que essas figuras transcendentais da Mitologia Grega, figura muito bem a carência humana do Ser Superior, pois sabe o homem da existência desse ser, porém até achar o caminho certo que o possa conduzi-lo, dissabores, tribulações e aflições ( tragédias de todos os tipos ) estarão a permear os seus passos na terra.
Por Rosângela Santiago Ribeiro.

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