quarta-feira, 15 de julho de 2009

Pasárgada: uma utopia

“Sou bem nascido, menino,
Fui, como os demais, feliz.
Depois veio o mal destino
E fez de mim o que quis”


Ao ler o comentário abaixo se faz necessário conhecer o poema:
Vou-me embora pra Pasárgada...de Manuel Bandeira.

Sentir Pasárgada é sentir Bandeira, há nesta terra imaginária intrinsecamente a presença de ambos: autor e obra. Veja:
Manuel Bandeira aos 18 anos, já na faculdade de Arquitetura contraiu tuberculose e teve de interromper os estudos, a partir de então passou a conviver com a doença, mas em compensação enriqueceu imensamente sua formação literária. A sombra da morte que acompanhou o poeta desde a adolescência sensibilizou-o para sempre, fazendo com que ele observasse a vida em seus aspectos miúdos, prosaicos e encontrasse neles beleza e lirismo.
Foi diante das limitações que a vida lhe proporcionava, que imaginou um lugar espetacular, onde se pudesse viver sem regras, ou qualquer tipo de formalidade, assim, em forma de poema idealizou essa cidade – Pasárgada.
Utopia sim, mas o eu-lírico usando a poesia como produto imponderável do imaginário humano, poderia dizer: “Vou-me embora pra Pasárgada”. O poema em menção foi escrito em 1954, do livro Itinerário à Pasárgada, é uma espécie de transposição poética de um sonho, de um lugar ideal, de um lugar de desejos, como foi comentado pelo próprio Bandeira: “Pasárgada que significa Campo dos Persas ou Tesouro dos Persas, suscitou da minha imaginação como um país de delícias, uma paisagem fabulosa. Foi a mais longa gestação, pois o poema esteve adormecido na minha imaginação por vários anos. É aflorado num momento de profundo desânimo. Não construí o poema, ele construiu-se em mim, nos recessos do subconsciente, utilizando as reminiscências da infância – as histórias que Rosa, a minha ama seca me contava, o sonho jamais realizado. Gosto desse poema porque vejo nele um escorço, toda a minha vida, e também porque nele soube transmitir a tantas outras pessoas a visão e promessa da minha adolescência – essa Pasárgada onde podemos viver pelos sonhos o que essa vida madrasta não nos quis dar. Não sou arquiteto, como quis meu pai, mas reconstituí e não como forma imperfeita neste mundo de aparências, uma cidade ilustre, que hoje não é mais a Pasárgada de Ciro, mas sim a minha Pasárgada”.
A criação de um espaço mágico, a paixão que aspirava na natureza e o exílio em que a doença o obrigava a viver, fazem-se oposição nítida no eu-lírico, o qual marcará profundamente sua sensibilidade. Não é possível separar a experiência de vida da experiência poética no autor de Pasárgada. Bandeira poetizou e fecundou de lirismo todas as suas dores e limitações. Sentia-se inválido e imaginou em Pasárgada o exercício de todas as atividades que a doença o impedia. “Seria toda a vida que podia ter sido e não foi”.
Em comprovação acima, podemos dizer que as obras em algumas situações relacionam-se com seus autores, mesmo tento os poetas-escritores plena liberdade de imaginação.

(Fonte: Clenir Bellezi em Arte Literária.)
Rosângela Santiago Ribeiro.

Comentário Teórico

A Oralidade e a Escrita

A Modalidade oral, presente na vida do homem desde a sua criação-“no princípio era o verbo”,(Atos 1-1), o verbo é a própria palavra em ação.foi e será requisito primordial à interação humana.
Em tema do capítulo 1, Oralidade e Letramento, do livro: Da fala para a escrita, quando o autor Luis Antonio Mascuschi ,fala da presença da oralidade e da escrita na sociedade, inicialmente faz uma observação necessária: “a escrita surgiu muito depois da oralidade, porém, atualmente permeia toda as situações que envolvem o homem, até mesmo os não alfabetizados, pois estes, vivendo em sociedades com escrita recebem influências direta e indireta da mesma”.É verdade , a escrita é fato presente,no entanto, um presente ainda em menor intensidade, pois, no geral, escreve-se apenas o necessário do necessário.
O referido autor, baseado em pesquisa ainda em vigência, através de amostragem com 500 informantes sobre os usos da fala e da escrita nos diversos contextos da vida diária, constatou que “o tempo diário empregado com a escrita não passou de 5% do total do tempo em vigília, sendo que, a leitura usa-se um pouco mais.” Isso só comprova que a comunicação dá-se muito mais na oralidade, indistintamente da classe social, idade, formação e profissão. A investigação também observou mais um dado que se vivencia, e não é nada surpreendente, que em todas as áreas de trabalho há alguém que se especializa nas atividades de produção textual específica. Sim, quem não ouviu dizer – “ Fulano escreve bem”-“ Você sabe escrever” - “Você tem ótima redação”...E por aí, há secretárias super-valorizadas por possuírem essa desenvoltura.
Em um segundo momento o autor indaga: “Que tipo de valorização se dá à escrita e à oralidade na vida diária? Por serem práticas comunicativas em uso real da língua, sabe-se que a oralidade acontece naturalmente e a escrita adquirida, há investimentos diversos voltados para a alfabetização, a fim de que todos possam usufruir como autor, da escrita, e ser usuário, que seja de uma simples lista de compras a textos mais complexos.Rosângela Santiago Ribeiro.

domingo, 12 de julho de 2009

OFICINA IV

Oficina IV
Em 3 de Julho de 2009, realizamos a oficina Gestar 2 de número 4, desta feita com temas bem abrangentes à nossa prática – “ A Arte: formas e funções e Linguagem Figurada.” Sim, são abrangentes ao constatarmos que a arte não está restrita aos museus e colecionadores, mas, é parte do nosso presente, revelada na música, pintura, arquitetura,escultura,dança, literatura,fotografia,cinema,etc. Observamos também o quanto fazemos uso imperceptivelmente da linguagem figurada, e também a importância da mesma como elemento essencial na linguagem literária, em especial a metáfora e outras afins...
A oficina foi iniciada com o texto: “Resista um pouco mais”, após comentários fizemos leitura compartilhada do texto introdutório da página 75, em seguida exibição do slide ZOOM – a traição das imagens. Mais um slide concernente aos temas: “Ilusão de ótica”, comentando em grupo, pausadamente, o show de imagens, idealizando que, nada é o que parece ser.
Revisto então o resumo da unidade 7, fizemos leitura do texto referência da página 98, dividimo-nos em quatro grupos para a realização das atividades propostas. Adentramos então a unidade 8, lendo o texto inicial da página 109 – Linguagem Figurada, complementada com a exibição em slide de vários ditados populares.
Chegado então o momento das explanações das atividades Avançando na Prática, entrega dos relatos e socialização, folheamos o AAA relacionado aos assuntos em menção como forma de planejamento as aulas posteriores.
Em continuação foi feita a interpretação oral e escrita da charge de Quino - parte 3 da oficina. Concluindo com a produção de texto proposto, leitura ao grupo e possíveis alterações em observância ao gênero escolhido.
Ao avaliarmos a oficina encerramos e agendamos o próximo encontro para o mês de agosto. Somente após as férias coletivas.Que o Senhor Deus nos aprove sempre! Rosângela Santiago Ribeiro e equipe Gestar PioIX-PI.



sexta-feira, 10 de julho de 2009

Obrigada Raimundinha...


A nossa supervisora, na Oficina 4, nos mandou um delicioso creme de ameixa. Todas gostaram e agradecem o carinho... Obrigaaaaada! Isso é carinho e apoio.